Se eu calar a fêmea, nada mais me resta, a não ser os sinos da igreja antiga e aquela saudade mal pronunciada. Nada dito. Tudo calado cruelmente cortando os verbos. E papéis amarelados gastos pelo tempo. Rotos, sem vida, pobres documentos. Nem um vinho tinto pra contar história, nem a nossa língua perfurando corpos. Nada de serpentes no meu Paraíso…
Se eu calar a fêmea, resta-me um passado. Passado parado duro sem voltas. Tempo mudo estático feito de uma linha. Nada da elipse de meus saltos gritos. Nada da mulher que envenena estrelas…"Livro Fêmea
por Carla Jaia
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